A importância do cálculo mental das situações diárias e dos jogos no ensino da matemática

"O cálculo mental sempre esteve presente no comércio ou na construção civil, por exemplo. Precisamos trazer essa habilidade para a sala de aula", defende o professor de Matemática Luiz Márcio Imenes, de São Paulo.

O calculo mental é um meio para se resolver contas, que não é necessariamente aprendido na escola. É uma habilidade que vai sendo adquirida de acordo com as situações vividas diariamente que envolvem questões matemáticas. Porém o calculo mental pode ser utilizado na sala de aula dado a sua eficácia. Ao dominar o calculo mental a criança encontra mais facilidade para resolver cálculos escritos. O professor pode utilizar essa habilidade do aluno para tornar o ensino da matemática mais significativo.    

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

No capitulo 3 do livro: " O homem que calculava" o autor Malba Tahan narra a singular aventura dos 35 camelos que deviam ser repartidos por três árabes. Beremiz Samir (o homem que calculava) efetua uma divisão que parecia impossível, contentando plenamente os três querelentes e obtendo um lucro inesperado com a transação.

Os 35 camelos eram uma herança que os três irmãos haviam recebido de seu pai, que decidiu que a ela deveria ser repartida da seguinte maneira: o mais velho ficaria com a metade, o do meio com a terça parte e o mais moço a nona parte.

A fim de resolver a discórdia entre os irmãos primeiro Beremiz acrescentou o seu camelo aos 35, ficando um total de 36 camelos. Assim o irmão mais velho ficou com a metade, ou seja, 18. O do meio ficou com 12, que corresponde a terça parte e o mais moço com a nona parte que corresponde a 4 camelos. Ainda sobraram 2 camelos, um para Beremiz e outro para o homem que viajava com ele.

Esse capítulo mostra que a matemática pode ser utilizada como um meio de resolver situações da vida. Dessa maneira ela se torna um aprendizado significativo.

 No capítulo 4 do livro “A criança e o número”, a autora Constance Kamii aborda como ocorre a construção do conceito de número pela criança e os meios que o professor pode utilizar para estimular esse aprendizado.

A construção do conceito de número que ocorre com as crianças ajuda o professor observar como elas pensam e como entendem a lógica de existente nos números.

O desenvolvimento é o processo pelo qual a criança constrói seu conhecimento e forma suas estruturas internas. Nessa fase também é essencial trabalhar com jogos, pois assim a criança aprende ao mesmo tempo em que brinca, ou seja, aprende se divertindo.

Dessa forma a criança vai adquirindo conhecimento a partir das constantes interações que vai desenvolvendo com seu ambiente. Construindo estruturas ricas para seu aprendizado.

Através de brincadeiras e jogos a matemática torna-se prazerosa, gostosa tanto de se ensinar com de se aprender.

No livro “A criança e o número” há um exemplo interessante de brincadeira para ensinar matemática. Funciona assim: A professora trouxe 20 laranjas e dividiu a sala em dois grupos. O primeiro grupo escondia as laranjas e o segundo tinha que encontrá-las, contando quantas já haviam sido encontradas. Depois dividiam as laranjas pela quantidade de alunos para saber com quantas cada um ficaria. Ganhava o aluno que encontrasse mais laranjas.

Quando um professor utiliza os jogos para ensinar a matemática, o ato de aprender fica bem mais divertido e o aprendizado fica mais fácil para as crianças.

Um bom exemplo é o jogo de esconder, o professor separa uma criança que esconde as laranjas e o grupo vai procurar. Conforme acham as laranjas as crianças contam quantas laranjas ainda faltam achar.

Nesse jogo pode ser usada a adição, subtração e até divisão. Este jogo tem varias formas de ser jogado e ensinado. Segundo o autor os jogos de baralho são excelentes para o desenvolvimento do pensamento lógico e numérico, pois exige da criança atitudes como: memorização, raciocínio, comparação, percepção e agilidade. O autor nos apresenta três exemplos de jogos com grau de dificuldade diferente. São eles: “jogo da memória” que é o mais fácil e o mais viável para crianças de 3 anos, “batalha” que é o de dificuldade mediana e o “cinco” que é o mais difícil pois envolve adição.

No “Jogo da Memória” o foco é a memorização, pois o seu objetivo é que se formem pares iguais ( o jogo pode ser feito tanto com figuras, quanto com cartas do baralho normal), sendo assim elas devem memorizar onde cada carta esta para formar pares, vence quem tiver o maior numero de cartas, pares ou pilha maior.

No “jogo Batalha” o foco é a comparação, pois a criança deve pegar a carta superior de sua pilha e comparar com a do colega, aquele que tiver a carta com o numero maior fica com a

sua carta e a o colega para si. A criança que tiver mais cartas ao final do jogo vence porem, assim como no jogo da memória as crianças também podem comparar o tamanho da pilha. Esse jogo deve ser jogado em dupla.

No “jogo Cinco” o foco é o raciocínio, percepção e agilidade, pois envolve a divisão de conjuntos de 5. No jogo usam-se cartas numeradas de 1 a 4 sendo 8 cartas de cada numero ( 8x4=32 cartas) que podem ser confeccionadas ou tiradas do baralho convencional, as cartas devem ser distribuídas entre os jogadores, quando chega sua vez a criança pega a carta superior de sua pilha e tenta completar um total de 5 com a carta descartada pelo colega anterior. Esse jogo pode ser jogado em ate 4 participantes e o jogador que consegue o maior numero de cartas é o vencedor.

O autor ainda desaprova os conjuntos previamente preparados e diz que quando a criança decide se 8 é ou não maior que 9 ela faz um julgamento que tem consequências sociais imediatas, diferente dos conjuntos ( Exemplo: caderno de exercícios) que só é avaliado pela professora. Ou seja, uma avaliação feita pelo colega é mais eficaz do que uma feita por um adulto.

O autor da sugestões de como o professor deve escolher o aluno que irá ser o primeiro jogador como por exemplo: deixar as crianças pegarem fichas a criança que pegar a de cor diferente irá começar, ou desenhar linhas e por um “x” em uma delas e esconder, a criança que escolher a linha com o “x” começa, entre outras sugestões.

O contato com jogos faz com que a aprendizagem seja muito mais eficaz, pois as crianças aprendem na pratica e não apenas visualizando algo que não faz parte da sua vida.

Os dois capítulos tratam a matemática como uma forma que pode ser utilizada para resolver questões que envolvem a vida cotidiana. Dessa forma o aprendizado dessa disciplina torna-se significativo para o aluno.

Referencias Bibliograficas

https://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/calculo-mental-quanto-mais-diversos-caminhos-melhor-427462.shtml

"O homem que calculava" Malba Tahan

"A criança e o Numero" Constance Kamii

 

Colaboraram

Ana Lucia

Amanda

Ana Paula

Aida

Cheila

Elizabeth

 


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